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Do impacto climático às campanhas eleitorais: o que esperar do cenário em Porto Velho

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História inédita

Como o Rio Grande do Sul sofreu a mãe de todas as enchentes, os climatologistas estão prevendo para a região Norte pelo menos a "tia" de todas as secas. Para não ser tomada de surpresa, a Secretaria Nacional de Mudança do Clima já supôs que ela será pior que a anterior. Os governos da União, dos Estados e Municípios, portanto, não podem alegar ignorância porque o aviso está dado. Com isso, há uma grande chance aberta para o poder público e a sociedade: sepultar os ódios produzidos pelas bolhas radicais, unir a população em torno de propósitos maiores e começar um ciclo de prevenção.

A julgar pelo noticiário, o governo federal já encaminhou as providências necessárias. Não poderão interferir no termômetro, mas evitar as habituais tragédias que decorrem do descuido. Dentre as medidas cabíveis para amenizar o ataque do calor, por exemplo, estão o monitoramento dos registros de 2023 e as lições fornecidas pelo conjunto de ações desenvolvidas no Sul.

Se a prevenção de fato funcionar, minimizando os rigores do clima, também estará fechado o ciclo do negacionismo, visão baseada no "deixa como está pra ver como é que fica". Os negacionistas convenciam alegando que a natureza já conseguiu se equilibrar depois de sofrer tragédias. No entanto, a humanidade vive hoje uma história jamais vivida antes, com consequências também inéditas. Diante disso, o caminho correto é a prevenção.

Garçom e Aparício

O domingo foi marcado pela eleição a prefeito do ex-deputado federal Lindomar Garçom na eleição suplementar de Candeias do Jamari, que vai ocupar o poleiro num mandato tampão, já que em outubro teremos nova eleição, com a posse do eleito em 1 de janeiro. Outro fato marcante do final de semana foi a entronização do cacique Aparício Carvalho, líder do clã, na presidência do Partido Republicanos em Rondônia. Não existe mais eleições nos diretórios e as escolhas são feitas no sistema "goela baixo", com a nomeação pelas instâncias superiores, no caso do presidente nacional, Marcos Pereira.

Eleições 2024

Quando 6 de outubro chegar, dia da eleição a prefeito, vice e vereadores em todo o País, Porto Velho estará assistindo, conforme as previsões dos cientistas, a mãe de todas as secas já ocorridas em Rondônia, especialmente no Rio Madeira, a grande fonte hídrica da capital rondoniense. O caro aldeão de Porto Velho, sob um sol escaldante, vai comparecer a sua zona eleitoral para escolher o sucessor do prefeito Hildon Chaves (PSDB), compadecido com aquela metade da população que não tem água encanada e com a cidade tomada pelas facções criminosas e assediada pelos piratas do Rio Madeira.

Bem servidos

Se um lado estaremos enfrentando mais um fenômeno climático afetando frontalmente nossa economia, temos a comemorar as boas opções apresentadas ao nosso eleitorado na eleição 2024. Deixando de lado os antagonismos e as polarizações, constato que estamos bem servidos em termos de opções. Dois nomes saltam na frente, largando bem para uma eleição que presumivelmente acontecerá em dois turnos, tanto é o fracionamento do eleitorado que tradicionalmente também oferece surpresas nas urnas. Tem rolado verdadeiras zebras, reviravoltas empolgantes para a população.

 Baitas desempenhos

Eleger a ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil), significa apoiar a continuidade do excelente desempenho do atual prefeito Hildon Chaves, que posso considerar um dos melhores da capital rondoniense desde 1985 quando Jeronimo Santana - o primeiro eleito pelo voto direto - usou o Palácio Tancredo Neves, como trampolim para governar Rondônia em 1986. Eleger o ex-deputado federal Leo Moraes (Podemos) significa premiar um político que foi o melhor vereador da sua geração, o melhor deputado estadual da sua legislatura e o melhor deputado federal rondoniense em Brasília.

Largada polarizada

Nesta largada com 12 nomes para serem referendados nas convenções partidárias em julho, temos um início de campanha já polarizada entre Mariana Carvalho e Leo Moraes. É possível a capital se rachando ao meio, com eleição em dois turnos, com ambos expoentes sacramentados para a fase seguinte do certame eleitoral. Mas este é um cenário pintado sem zebras, sem as reviravoltas históricas que tem ocorrido numa cidade aonde a eleição virar de cabeça para baixo da noite para o dia. Leo já foi vítima de uma zebra, que foi Hildon Chaves. Mariana, alvo de outra zebra recente ao Senado, Jaime Bagatolli. Sofreram virada nos últimos dias.

Com otimismo

Com este retrospecto "zebrástico" nas costas, Mariana e Leo causam otimismo aos quase dez adversários. São bons nomes, íntegros, preparados e com esperança de reverter um quadro neste momento, ainda mais que os dois candidatos favoritos já foram vítimas de zebras de última hora. "Não custa acontecer de novo", teorizam, voduzando os dois da ponteira. Uma zebra deixaria esta eleição mais empolgante. Eu, das minhas partes, garanto que ela já está trotando pelos campos, tem as listras já definidas, é esperta, esperando vacilos de Leo e Mariana. É numa disputa acirrada entre estas duas candidaturas, como é costume em Porto Velho, com desgastes de ambos os lados de tanto cacete que vão receber dos antagonistas, ela pode despontar toda fagueira.

Via Direta

* Preocupado com as queimadas que no ano passado atormentaram a população metropolitana de Manaus, o Ministério Publico Ambiental já está tomando providências para impedir que a situação no verão de 2024 **Dificilmente a metrópole da Amazonia vai escapar das grossas camadas de fumaça, já que a seca deste ano será muito maior do que a de 2023, conforme as previsões vigentes ** Ainda tratando de estiagem o DNITT está antecipando a dragagem dos rios na região amazônica, inclusive no Rio Madeira, cuja hidrovia liga Rondônia ao Amazonas * Os processos de licitação das empresas já começaram e as ações devem começar em agosto.

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