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Racha conservador atinge disputa ao Planalto e sucessão rondoniense

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Cara e coração

A Amazônia tem um imenso potencial nos mais diversos campos da mineração, até porque grande parte do território nacional é desconhecida do ponto de vista da cartografia geológica, ou seja, o olhar que vê a cara da superfície do território brasileiro ainda não conhece a maior parte do seu coração mineral.

Para celebrar por haver muitas reservas minerais ainda inexploradas e lamentar por não as explorar como seria necessário, no Brasil elas em geral são muito animadoras, mas mesmo as grandes reservas desaparecem se trabalhadas intensamente ou causam danos se exploradas sem cuidados.

No caso dos fertilizantes fosfatados, produtos essenciais baseados no fósforo, imprescindíveis para a agricultura e a vida humana, já que sem ele é impossível cultivar qualquer alimento, o esgotamento da mina de Lagamar (MG) em 2018 ligou um alerta. É preciso aproveitar ao menos o potencial já conhecido enquanto amplia o raio de escrutínio do território em busca de reservas ocultas, pois a exploração do fosfato não é um estalar de dedos: leva de 6 a 10 anos para o início da produção.

Leve-se ainda em conta que a mineração do fósforo é altamente negativa para o meio ambiente. Talvez este seja o grande dilema da humanidade a essa altura do confronto entre preservacionistas e produtores de alimentos. É a reprodução na vida real do desafio proposto pela Esfinge mitológica: decifra-me ou te devoro.

Bolsonarismo rachado

Impressiona o racha conservador para as eleições de 2026, tanto na disputa do Palácio do Planalto, como na corrida sucessória rondoniense. Na peleja presidencial, os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Carlos Massa Ratinho Junior, do Paraná, Ronaldo Caiado de Goiás e Romeu Zema de Minas Gerais já estão em campanha pelo Brasil afora o que gerou graves críticas dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foram taxados de ratos covardes. Um racha explicito e raivoso, com Bolsonaro já abandonado a própria sorte com sua estimada tornozeleira.

Em Rondônia

Igualmente em Rondônia o bolsonarismo se dividiu para as eleições de 2026 na corrida pelo Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual. De um lado o vice-governador Sergio Gonçalves, de outro o deputado federal Fernando Máximo, além de uma terceira via bolsonarista com Adailton Fúria e Hildon Chaves. Com Marcos Rogério recebendo a determinação de Jair Bolsonaro para disputar a eleição ao Senado, o outro senador do PL, Bagatolli também se mostra interessado em entrar na peleja. Também ao Senado a briga bolsonarista é grande prometendo patadas para todos lados na disputa. São vários conservadores disputando as duas cadeiras ao Senado, de Marcos Rogério a Silvia Cristina, de delegado Camargo a Bruno Scheidt.

Crise e desemprego

Com a determinação da justiça, depois de averiguações ambientais, dezenas de balsas instaladas para explorar a mineração do ouro entre Calama em Rondônia ao sul do Amazonas pelo Rio Madeira serão destruídas pela Policia Federal ocasionando nova crise entre garimpeiros, Policia Federal e organismos ambientais. Em operações anteriores tivemos consequências destas destruições, como confrontos entre empresários garimpeiros apoiados por prefeitos e políticos bolsonaristas com as autoridades policiais. A pior das consequencias é o desemprego, com famílias urrando em municípios rondonienses e amazonenses.

Foco do narcotráfico

Se de um lado, temos a necessidade de intervir nestes focos de garimpos ilegais que se transformaram em pontes do narcotráfico dominado pelos carteis da Bolívia, do Peru e da Colômbia, de outro lado é preciso fazer alguma coisa para dar opções econômicas para as famílias dos garimpeiros prejudicados com a explosão das balsas. Centenas de garimpeiros rondonienses seguem nesta epopeia de faiscar ouro nas águas do Rio Madeira e sem fonte de renda, retornam as cidades de nosso estado buscando o que fazer. É preciso separar o joio do trigo.

Confronto no Sul

Os dois principais clãs políticos do interior do estado de Rondônia entram em confronto nas eleições 2026 por cadeiras na Câmara dos Deputados. De um lado, hasteando a bandeira do clã Donadon, o ex-deputado federal Natan Donadon (Vilhena), de outro lado um dos deputados estaduais mais votados nas eleições passadas, Ezequiel Neiva de Carvalho (Cerejeiras), uma liderança política em ascensão na região. O Cone Sul está sem deputado federal há mais de uma década, depois de ter emplacado parlamentares atuantes como o ex-prefeito Arnaldo Lopes Martins, Reditário Cassol e o próprio Natan Donadon.

Domínio longevo

O domínio do clã Donadon no Cone do Sul tem mais de trinta anos. Depois de Melki que foi eleito prefeito em Colorado em 1996 ele trocou de domicilio eleitoral e ganhou o primeiro mandato em Vilhena onde foi prefeito duas vezes. E ainda emplacou parentes, como Marlon Donadon e a esposa de Melki, Rosane em outras gestões. Os irmãos Marcos Antônio, um foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Natan federal e atualmente Rosangela Donadon é deputada estadual. Um domínio de mais de 30 anos dos Donadons na região da soja, agora sob ameaça de uma dinastia ascendente, os Neiva de Carvalho.

No Vale do Jamari

O Vale do Jamari vem com as asas crescidas para as eleições do ano que vem. terá provavelmente um candidato ao governo, que é o atual senador Confúcio Moura (MDB), um extremista Bolsonarista ao Senado, que é o atual deputado estadual Delegado Camargo e dois deputados federais buscando a reeleição, que são o delegado Thiago Flores e o recém empossado Rafael Fera. A região ainda conta com o presidente da Assembleia Legislativa Alex Redano, também cogitado para ser candidato a vice-governador numa das chapas bolsonaristas em formação para a peleja 2026.

Via Direta

* Num dos efeitos das mudanças climáticas e no comportamento dos animais, as onças estão aparecendo nas periferias das cidades dos humanos, seja em Ji-Paraná e Porto Velho em Rondônia, ou na Sul maravilha, como no interior paulista, ou em Cascavel, no Paraná * Com a devastação das matas, os felinos buscam por comida. Gatos, cachorros viram comida, ou virando latas de lixo nos condomínios * O prefeito Leo Moraes interviu em pontos críticos de alagamentos em Porto Velho. Vamos ver os resultados durante o inverno amazônico quando o bicho pega, a partir de novembro * Já com o mito Jair Bolsonaro fora do páreo nas eleições 2026, sua esposa Michele já busca polarização com Lula nos eventos do PL Brasil afora. 

Carlos Sperança

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