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IVR, Política e Seca: A nova cara das eleições em Rondônia

Confira a coluna


IVR é a receita

Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) é uma expressão valiosa. Define todo um amplo processo que já serve bem às empresas e instituições de forma altamente qualificada. Serve, por exemplo, como proteção de informações erradas, como as famigeradas fake news e os autoenganos, resultantes de presunções, palpites e crenças ultrapassadas.

Atende à necessidade de conhecer bem o terreno em que atua e as demais forças que também agem nele. Funciona como apurar a verdade em meio ao cipoal de malandragem dos coaches e seus truques para engabelar audiências. A instituição brasileira que mais valoriza o processo IVR é a Aeronáutica. Sobretudo em operações na Amazônia, que exigem o máximo da aplicação do processo, a FAB tem agido diligentemente no combate ao garimpo ilegal, associado ao desmatamento, queimadas e outros crimes. O uso da Inteligência, com I maiúsculo, evita perder tempo com boatos, temores irracionais e manobras aparentes. Economiza recursos e percebe conexões reais com eficácia.

A Vigilância e o Reconhecimento completam o cardápio desse processo que tem muito a oferecer para a melhoria do Estado, evitando que permaneça assolado por besteiras "ideológicas" que tentam enquadrar tudo em esquerda e direita, conceitos já sem o menor sentido no mundo totalmente controlado pelo capitalismo. Vigilância, principalmente, é não cair em discursos extremistas.  

Em festa

Numa visita de dois dias á Rondônia, o ex-presidente Jair Bolsonaro veio manifestar seu apoio aos candidatos a prefeitos e vereadores conservadores. Foi uma verdadeira festa dos bolsonaristas o que deixou os candidatos alinhados com sua filosofia direitista animados para uma grande vitória nas eleições de outubro. Em Porto Velho, por exemplo, as lideranças da aliança que apoiam a candidata Mariana Carvalho (União Brasil) já falam em vitória em turno único, sem a necessidade de enfrentar o segundo turno, o que é rechaçado pelos representantes oposicionistas

Pobres ribeirinhos 

Eu me pergunto que espécie de políticos estamos elegendo. Ante os ribeirinhos à míngua, nesta difícil travessia da seca no Rio Madeira, foi necessário a justiça intervir para que a população que vive em dezenas de localidades ribeirinhas fosse atendida a contento com fardos de água e de cestas básicas. É lamentável a falta de planejamento das esferas municipais, estaduais e federais diante desta estiagem severa. A assistência concedida até agora era insuficiente. Temos uma situação realmente muito difícil e a própria sociedade civil organizada, através de entidades, entrou na peleja para cuidar deste flagelo.

Eleições 2024

As eleições municipais deste ano serão marcadas pelas desigualdades em Porto Velho no rateio de recursos. Os chapas brancas - os candidatos a prefeitos e vereadores em Rondônia governistas -, beneficiados pelos fartos recursos do fundão eleitoral, direito adquirido com a eleição de farta representação na Câmara dos Deputados e Senado. Os oposicionistas em condições bem inferiores. Aqui temos um governador, Marcos Rocha, bolsonarista, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves e o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz do mesmo segmento conservador. Na Assembleia Legislativa são 23, dos 24 deputados estaduais bolsonaristas.

Uma tendência 

Também a bancada federal rondoniense é extremamente bolsonarista. Dos três senadores, dois deles Marcos Rogerio e Jaime Bagatolli (PL). Na Câmara dos Deputados os oito deputados federais são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com tudo isto, a tendência em todo o estado é ocorrer uma nova onda conservadora, salvo alguma surpresa de última hora. Existem cidades onde os principais candidatos rondonienses se dizem bolsonaristas, caso de Porto Velho. Nos principais colégios eleitorais do estado, Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, a esquerda não apresentou postulantes competitivos em condições de barrar uma escalada bolsonarista. 

Grandes chances

Por outro lado, temos pela primeira vez na história política de Porto Velho a oportunidade de eleger uma prefeita. Nestes 110 anos da história do município, desta vez temos duas candidatas competitivas e em condições de garantir a eleição. São grandes chances: A médica Mariana Carvalho (União Brasil) e a ex-juíza Euma Tourinho podem até disputar o segundo turno da eleição na capital, ou pelo menos uma delas seguramente estará participando do segundo turno, caso a peleja sucessória não seja resolvida em turno único no pleito de 6 de outubro. É a hora e a vez da mulherada. Já tivemos senadora, grandes deputadas federais e agora pode surgir uma prefeita.

Via Direta  

* A temporada dos debates pela televisão começa pela SIC TV no sábado à noite e o roteiro seguirá pela TV Norte SBT na segunda-feira (30) e o último confronto entre os candidatos à prefeitura de Porto Velho foi marcado pela TV Rondônia, afiliada da Rede Globo de Televisão no próximo dia 3 de outubro * O clima é sobre uma definição se teremos eleições em dois turnos e quais os candidatos que vão seguir em frente para a segunda etapa do pleito * Os partidos alinhados a campanha de Mariana Carvalho apostam em fazer a grande maioria dos vereadores no pleito deste ano na capital. São 11 partidos, alguns com candidatos bem estruturados.

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