Colunas | Carlos Sperança

São tantas as promessas para Rondônia

Confira a coluna


Gestão da fumaça

Depois de causar intensos debates com seu livro Ascensão e queda das nações, o experiente banqueiro Ruchir Sharma volta a sacudir os meios econômicos mundiais com sua nova obra, intitulada por uma pergunta explosiva: O que deu errado com o capitalismo? Não chega a ser um spoiler responder aqui um dos fatores principais que levaram a erros porque todos os profissionais do setor diariamente acossados por essa questão já sabem que foi o descuido com o planejamento.

É falsa a presunção de que o planejamento seja uma prática "comunista" só porque a China desenvolve planos quinquenais de sucesso, pois a economia lá toda capitalista. Não faz sentido supor que exista alguma competição entre capitalismo e socialismo: é tudo capitalismo, embora nem sempre de boa qualidade.

Os problemas em geral tendem a piorar com a falta de um bom planejamento. A médica Sandra Hacon, da Fiocruz, depois de longa pesquisa sobre os efeitos da fumaça das queimadas em seres humanos, animais e na vegetação, observou que as temperaturas elevadas fazem crescer o risco de doenças e de óbito por "estresse térmico", principalmente em regiões Norte e Nordeste do país.

As queimadas na floresta, além de causar inflamação e estresse oxidativo, danificam material genético e causam a morte de células pulmonares, via câncer. Sem planejamento intersetorial adequado será impossível superar esse quadro doentio.

Repleto de desafios

O prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) que trata desde o início da semana da transição administrativa entre a gestão do atual prefeito Hildon Chaves com sua futura gestão, terá desafios hercúleos para tratar desde os primeiros dias de janeiro, quando tomará posse. Acompanho as gestões municipais desde os anos 80 e participei diretamente de duas delas, com o prefeito Chiquilito Erse, e em todas os maiores problemas foram de alagações. Prefeitos populares como Chico e Hildão não escaparam de desgastes neste período. O outro grave obstáculo que gera enorme prejuízo aos gestores é a esfera da saúde. Leo que prepare o lombo para eventuais chibatadas da opinião pública.

Tantas promessas

Eu deveria estar contente, com a boca cheia de dentes, como dizia Raul Seixas na década de 70. São tantas as promessas das esferas federais para Rondônia, tantas obras anunciadas, que era para esturrar de felicidade. Tem a ponte binacional em Guajará Mirim na fronteira com a Bolívia, temos anunciada a Usina Hidrelétrica de Tabajara em Machadinho do Oeste (Vale do Jamari), vem aí a completa restauração e duplicação da BR 364, de Porto Velho a Vilhena, temos garantida a completa dragagem do Rio Madeira para estruturar a hidrovia e ainda se acena com a BR- 319, como estrada parque, pavimentada, de Porto Velho a Manaus.

Como acreditar?

Acreditar nas esferas governamentais é que são elas. Até hoje os compromissos assumidos pela União com a tragédia climática das enchentes em Porto Velho não foram cumpridos e tampouco serão, porque é típico dos políticos prometerem durante os eventos climáticos e depois esquecerem. Eu me sinto, enganado com as promessas, como aqueles aldeões da idade média, quando os barões, condes, viscondes, duques, reis e vices reis tomavam as colheitas do povaréu e ainda levavam as esposas e filhas dos súditos para se divertirem em seus castelos. Eram como os políticos de hoje. Só trocarem os nomes dos fidalgos, os políticos querem mesmo - de vereador a presidente - é rapinar o País.

Episódios históricos

O jornalista Lucio Albuquerque que vivenciou o auge do jornalismo impresso nos jornais A Tribuna, Estadão e Alto Madeira última os preparativos para o lançamento de um livro com episódios históricos da política rondoniense, tratando dos primórdios do lançamento de candidaturas para as primeiras eleições gerais do estado de Rondônia em 1982. Desde então se empunhavam os punhais da traição na política rondoniense. Residente em Rondônia desde 1976, Lúcio que se tornou um dos mais importantes historiadores do estado, promete entregar uma obra esmerada para os rondonienses. Estou na expectativa sobre o lançamento da obra.

Hidrovia do Madeira

Em discussão, já se projetando licitação, a exploração da Hidrovia do Madeira que promete remover obstáculos e baratear os custos de transportes entre Rondônia e o Amazonas, a estruturação de pelo menos seis portos neste trajeto, sendo três em Porto Velho e seus distritos. Me pergunto até que ponto virão estes benefícios, se o porto hidroviário da capital, desde que foi implantado cada vez que fraqueja demora um tempão para se recuperar. E se a Antag não dá conta de manter um porto, dará conta de alavancar a manutenção de seis? E a dragagem que sempre é feita apenas pela metade e que nunca acaba? Falta credibilidade a Antag até para combater o fenômeno das terras caídas.

Via Direta

*** Temos rombos a vista em alguns institutos de previdência nos municípios em Rondônia e já existem denúncias a respeito. Aí vem muitos casos para serem desvendados pelas autoridades *** Com criatividade e investindo em propaganda as empreiteiras e as imobiliárias esperam alavancar o mercado imobiliário neste final do ano na capital *** Mercado existe, os problemas criados para as transações imobiliárias foram as restrições anunciadas aos mutuários pela Caixa Econômica Federal. E faltam recursos para atender toda a demanda *** O inverno amazônico sinalizando com seus temporais um período sofrido para a população de Rondônia. Todo mundo já preparando seus telhados para evitar as goteiras indesejáveis.

Carlos Sperança

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