O papel do Norte
Não é uma ideia nova a hipótese de surgir um "Vale do Silício" do Brasil. Houve a suposição de que seria São Paulo, na crença em que a força da economia paulista daria berço a um conjunto igualmente forte de inovações. Falou-se em São José dos Campos, por conta do Parque Tecnológico, e em Recife, pelo Porto Digital. No entanto, será difícil tomar essa posição da Amazônia, caso o poder público e o setor privado se unirem para fazer da bioeconomia nosso caminho para o desenvolvimento, combinada com os demais setores dinâmicos da economia nacional. O CEO da Natura, João Paulo Ferreira, atribui à sua empresa a vanguarda nesse projeto, ao cabo de uma década de atividades de seu Ecoparque, em Benevides (PA). Não se pode menosprezar a importância do empreendimento, mas a paixão pelo Vale do Silício faz os defensores da ideia de mimetizá-lo no Brasil ignorar que os EUA são uma nação superendividada e que os líderes do VS estão perdidos: defenderam o desastroso governo Biden e agora apoiam Donald Trump. Isso quer dizer que o VS não lidera nem norteia, apenas vai ao sabor dos acontecimentos sem definir um rumo para o país. Evidentemente se espera muito mais da Amazônia, por seu caráter multinacional e capacidade para dar uma direção concreta ao país no mundo multipolar, no qual o Brasil será um forte delegado e os EUA não serão mais o xerife do planeta.
Primeiro teste
Finalmente o prefeito Leo Moraes (Podemos) teve seu primeiro teste com o inverno amazônico, que até agora era menos intenso, com chuvas intensas ocorridas nesta terça-feira. Acabaram as alagações do Hildão, chegaram as alagações da era Leo Moraes. Suplica-se aos tucanos que não vá lá chutar as alagações no Três Marias, região da Vila Sapo e nos outros tantos pontos críticos da cidade. É preciso dar uma régua a gestão que assumiu. Leo se espichou todo para evitar a situação com seu programa Cidade Limpa, mas as chuvas estão acima das vontades dos prefeitos da capital, nesta época do ano.
Deportação
Um clima de terror entre os rondonienses que entraram ilegalmente nos Estados Unidos nos últimos anos. A decisão do presidente estadunidense eleito Donald Trump, que assume as funções no próximo dia 20, com base em compromissos firmados na sua recente campanha, é a deportação de 12 milhões de imigrantes. Rondônia exportou milhares deles, principalmente das regiões de Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena, Ouro Preto, Rolim de Moura, Vilhena e Jaru. Desde operários da construção civil até cabelereiras e empregadas domésticas.
Base aliada
Pelas primeiras votações na Câmara Municipal de Porto Velho, o Executivo conta com uma maioria confortável para tocar sua administração. Grande parte dos vereadores eleitos pela poderosa coalizão montada pelo ex-prefeito Hildon Chaves já virou a casaca e até ex-assessores de confiança do ex-alcaide aderiram à nova realidade gestora. Já se viu na aprovação da reforma administrativa — saudável para o município — uma base aliada já afinada.
Presente de grego
O novo prefeito de Ji-Paraná, Afonso Candido (PL) jamais imaginava que deixaria o confortável cargo de deputado estadual, para receber o maior presente de grego dos prefeitos rondonienses. O legado da administração anterior é a pior possível: casos das esferas da saúde, colapso na educação e muito trabalho para resgatar. Uma cidade com uma tradição de bons prefeitos, com nomes sempre lembrados como José Bianco e Jesualdo Pires, entrou em parafuso. Uma situação lamentável, pois nos primeiros dias Candido precisou de ajuda de perfeitos vizinhos, como Adailton Fúria de Cacoal com a cessão de ambulância.
Jeitinho rondoniense
O jeitinho rondoniense é mais generoso que o jeitinho brasileiro para contornar dissabores na política. Vereadores e deputados estaduais derrotado ganham cargos polpudos na Câmara de Vereadores de Porto Velho e na Assembleia Legislativa. Por sua vez os vereadores eleitos têm recebido o direito em gestões anteriores de indicar uma cota de comissionados (amigos e compadres) na prefeitura de Porto Velho, já deputados estaduais tem sua cota garantida de amiguinhos nos gabinetes do governo estadual. E por aí vai. O balcão de negócios se estende com parentes de políticos negociando de agulha avião com os poderes públicos. É coisa de louco!
Via Direta
*** A deputada estadual Ieda Chaves (União Brasil), esposa do ex-prefeito Hildon Chaves, já externou sua disposição de liberar recursos de suas emendas parlamentares para a nova administração municipal *** Tudo pelo bem da capital rondoniense. Ela foi a parlamentar mais votada em Porto Velho na atual legislatura da Assembleia Legislativa ***Aos poucos os preços de hortigranjeiros vão caindo nos supermercados, passadas as festividades de Natal e Ano Novo. O abacate que chegou a ser vendido a R$ 35 já é encontrado pela da metade do preço da época natalina *** Mas o ano começa com aumento no preço dos bandecos nos restaurantes.
Carlos Sperança