Amazônia microscópica
Crítica ao nacionalismo extremado válida também para as atuais "bolhas" das redes sociais, o romance As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, expõe ao ridículo as posições políticas radicais baseadas em preconceitos. O autor jogou um ser humano comum em uma ilha (Liliput) na qual as pessoas eram muito pequenas e ele parecia um gigante e outro (Brobdingnag) em que era muito pequeno frente ao gigantismo das pessoas.
Swift morreu mais de um século antes que a Amazônia fosse conhecida, mas ele teria muito a escrever diante do gigantismo de uma sucuri ou da extensão de um angelim-vermelho e seu contraste com seres microscópios que tendem a se tornar gigantes quando estudados para fins de cura e proteção à saúde humana.
Este é o caso de bactérias só encontradas em solo amazônico. Para estudar seres tão minúsculos uma operação gigantesca foi encetada. Como só existem na Amazônia, especificamente no Parque Estadual do Utinga, para estudá-las seria necessário dispor na floresta de um conjunto laboratorial do tamanho de um estádio de futebol, que no Brasil só existe em Campinas (SP).
A solução foi transportar cuidadosamente pedaços do solo amazônico até o laboratório, onde é possível fazer até 10 mil testes em um dia. Os primeiros resultados mostraram que os benefícios encontrados nas raras bactérias amazônicas valem mais que ouro e já pagaram todo o volumoso investimento feito no estudo.
Quem manda!
Tem uma outra situação que fica difícil de mudar no País e que não tem sido alterada desde os governos anteriores de FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, todos ficaram de joelhos para o Congresso. Ora, quem manda no país, de fato, o Congresso Nacional, com seus deputados federais e senadores, que rapinam muito os recursos públicos através do fundão eleitoral e emendas parlamentares. Apoiam os presidentes desde que que sejam da sua conveniência e presidentes impopulares são descartados. Já ocorreu isto, por exemplo, com Dilma Rousseff que se negou abrir o erário para os parlamentares.
Crime organizado
Como se sabe, o crime organizado tem estendido seus tentáculos em Rondônia com filiais dos cartéis de drogas da Bolívia, Peru e Colômbia. Agora também existe a suspeita do envolvimento das facções nas constantes fugas de presos no estado, cujos presídios estão abarrotados de traficantes. Rondônia está perdendo a guerra contra as drogas e um combate mais eficiente exige esforços e mais recursos da União. Também falta estratégia e gestão da segurança pública rondoniense, que afinal de contas, não pode ficar dependendo da força nacional para segurar a criminalidade. Daqui algum tempo a guarda vai embora e o caos volta a se estabelecer.
Cabos elétricos
Com força nacional e tudo mais reforçando a segurança pública de Porto Velho e o roubo de cabos elétricos continua prosperando ao ponto até de órgãos públicos, como a Card ser prejudicada na distribuição de água a população em vista da ação de vândalos. Passados os primeiros momentos de medo da força nacional, a bandidagem voltou a agir. Rouba-se fios elétricos nas casas, nas ruas e avenidas; arromba-se estabelecimentos comerciais nas principais avenidas. No centro histórico, uma aliança, entre mendigos, ladrões e arrombadores fazem a festa na capital. É coisa de louco!
A manifestação
O próximo dia 16, domingo, será palco de uma grande manifestação pela anistia dos vândalos que depredaram o Congresso Nacional, Palácio do Planalto, Esplanada dos Ministérios, Supremo, etc. O ato público principal vai acontecer na praia de Copacabana, sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro. Todas capitais se preparam para o evento com manifestações locais, como é o caso de Porto Velho, na região do Espaço Alternativo. Como Lula anda mal das pernas, torna-se uma presa fácil, para os conservadores em 2026, mas ninguém fala em impeachment, mesmo porque o "Centrão" está recebendo o pix em dia...
Via Direta
*** A logística tem sido um baita entrave para o escoamento da soja em Rondônia com centenas de carretas buscando o embarque nas barcaças com os caminhoneiros obrigados a encarar longas filas nos portos da capital ***Finalmente o orçamento 2025 da União entra em votação, na semana que vem. Antes, deputados e senadores cobraram o pagamento dos recursos das emendas parlamentares, aquelas que tem sido alvo de maracutaias por todo o Brasil *** Parlamentares, prefeitos e empreiteiras fazem a festa com emendas parlamentares nos municípios *** O ministro Flavio Dino é o único que tenta moralizar está situação de balcão de negócios.
Carlos Sperança