Colunas | Carlos Sperança

Bairros de Porto Velho castigados pela falta de água causadas pelo rebaixamento do lençol freático

Confira a coluna


Desunidos perderemos

Os negacionistas estavam errados. O aquecimento global e seus resultados terríveis se comprovaram na prática e estão cientificamente demonstrados nas estatísticas e pesquisas. Os períodos de chuva aumentaram entre 15% e 22% entre 1980 e 2010, enquanto as estiagens ficaram mais severas, crescendo entre 8% e 13% nesse período, de acordo com estudo publicado na revista científica Communications Earth & Environment.

Os irrefletidos negacionistas estavam errados, mas ninguém venceu porque, pois governos, políticos, "formadores de opinião" e "influencers" também perderam: por falta de mudanças corretivas todos vão sofrer do mesmo jeito que os errados.

O novo embate é entre os que acreditam que a humanidade ainda pode dar uma resposta positivo à piora do clima e os que negam essa possibilidade. O péssimo exemplo do presidente dos EUA, Donald Trump, é o desespero maluco de tentar vantagens imediatas mesmo que milhões de pessoas possam sofrer.

As decisões cínicas que enriquecem ainda mais os bilionários e sangram os mais pobres conduzem a guerras e injustiças que aniquilam e matam os mais frágeis, para que no futuro quadro de escassez haja menos gente a socorrer. É a hora de unir o país e formar uma resposta à questão geral do aquecimento e às consequências específicas, setor a setor, mas se a política rasteira e egoísta das bolhas eleitorais continuar isso nunca será possível.

Povão urrando!

Com vários bairros de Porto Velho já castigados pela falta de água causadas pelo rebaixamento do lençol freático, a população periférica está urrando. Primeiramente porque a Companhia de Aguas e Esgotos de Rondônia só atende com agua encanada a metade das 536 mil almas da capital. Em segundo lugar, porque abrir um poço semi-artesiano está custando os olhos da cara e por último a perfuração de cada metro de um poço caseiro, denominado em Rondônia de poço amazonas, pode custar até R$ 400,00 ao metro. Que situação. As margens de um dos rios mais caudalosos do mundo, que é o nosso Rio Madeira, principal afluente a margem direita do poderoso Rio Amazonas padecendo.

Pacotes de bondades

Não fazendo discriminação aos estados mais bolsonaristas, o presidente Luís Inácio Lula da Silva destinou pacotes de bondades de R$ 1,5 bilhão para Rondônia e de R$ 1,1 bilhão para o estado do Acre. Ambas bancadas federais são majoritariamente bolsonaristas e evitaram comparecer aos eventos lulapetistas. Já, os governadores alternaram suas estratégias: o do Acre, Gladson Camelli voltando as suas atenções a prestigiar a presença do presidente visando angariar mais recursos, o de Rondônia, Marcos Rocha se esquivando até do evento do anuncio da ordem de serviço para a construção da ponte binacional em Guajará Mirim. Tanto Camelli como Rocha são candidatos ao Senado em 2026.

Jogo de cena

Falou-se que o governador Marcos Rocha estava brigado com o vice Sergio Gonçalves, especulava-se até em rompimento político, enquanto nos bastidores estavam pulando cirandinha. Era só fazer as contas: Sergio Gonçalves assume o governo estadual em abril do no que vem para Rocha disputar o Senado. Como acreditar que Rocha romperia com Gonçalves ficando sem a máquina azeitada do governo estadual para atuar ao seu favor nas eleições 2026? Inocentes chegam a propagar a "briga" anunciando uma ruptura e esquecendo de questionar melhor a situação. Por trás dos panos, ambos estão pulando cirandinha!

Uma tradição

Já é mesmo uma tradição os prefeitos rondonienses com maior popularidade disputar o governo estadual. Na história, a maioria se deu bem, casos de Valdir Raupp (Rolim de Moura), José Bianco (Ji-Paraná), Ivo Cassol (Rolim de Moura) e Confúcio Moura (Ariquemes). No entanto, grandes mandatários, nomes como Chiquilito Erse (Porto Velho), Ernandes Amorim (Ariquemes) e Melki Donadon (Vilhena) não chegaram lá. Nas eleições 2026 dois prefeitos, detentores de grande prestigio por terem desenvolvidos excelentes administrações entram nas paradas para conquistar o Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual: o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), de Porto Velho e o prefeito reeleito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD) de Cacoal.

A regionalização

Outro fato interessante tem sido a regionalização das candidaturas. Para o pleito de 2026 já temos no trecho o senador Confúcio Moura (Ariquemes), possivelmente Marcos Rogério (Ji-Paraná), talvez Ivo Cassol (Rolim de Moura), Sergio Gonçalves e Fernando Máximo e Hildon Chaves (Porto Velho) e Adailton Fúria (Cacoal). Como também é tradição as reviravoltas nas pelejas estaduais, falar em favoritismo é muito difícil. Num contexto incluindo Ivo Cassol, ele seria considerado o favorito, mesmo assim sujeito a intempéries, não é imbatível. Lembram? Numa eleição ao Senado com Raupp, foi superado.

O congestionamento

 Com a decisão tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, dando conta de que o senador Marcos Rogério (PL) deve disputar a reeleição - e ele acatou - Ji-Paraná terá quatro postulantes ao Senado. Algo jamais visto na capital da BR. São eles o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), o pecuarista Bruno Scheidt (PL), o senador Marcos Rogerio (PL) e a deputada federal Silvia Cristina (PP). E na região central ainda temos o deputado federal Lucio Mosquini (MDB-Ouro Preto do Oeste) examinando a mesma possibilidade. Já, o Vale do Jamari, polarizado por Ariquemes., poderá contar também com seu candidato ao Senado, o extremista bolsonarista delegado Camargo, autor da moção de repúdio a Lula em Rondônia.

Via Direta

*** Os comerciantes de Porto Velho atribuem ao endividamento da população o baixo movimento nos primeiros dias de agosto. A chiadeira dos lojistas foi enorme, mas esperando dias melhores pela frente *** O Feirão de Emprego, promovido pela prefeitura da capital foi um sucesso e repercutiu muito principalmente nos meios da juventude. Empresas de fora também vieram captar por aqui funcionários para suas empresas *** A peleja pela restauração da BR- 319 continua e até os senadores aliados de Lula no Amazonas se queixaram das restrições ambientais que travam as obras *** A briga pela rodovia estarada se estende por quase duas décadas. Passaram vários presidentes, Dilma, Temer, Bolsonaro e Lula e nada de soluções.

Carlos Sperança

PUBLICIDADE
Postagens mais lidas de Carlos Sperança
Últimas postagens de Carlos Sperança