A conquista internacional do curta-metragem "Ela Mora Logo Ali" é uma demonstração clara da ascensão do cinema amazônico no cenário global. O reconhecimento de Melhor Filme de Ficção no AluCine Latin Film + Media Arts Festival, em Toronto (Canadá), reafirma a importância das histórias regionais, revelando que o poder narrativo transcende fronteiras e idiomas. Produzido em Porto Velho, Rondônia, o curta tem percorrido uma trajetória impressionante, colhendo aplausos e prêmios desde sua estreia.
A vitória em Toronto, no renomado festival que há 24 anos celebra a cultura e a produção latina, é mais uma conquista na longa lista de realizações de "Ela Mora Logo Ali". Dirigido por Fabiano Barros e Rafael Rogante, o filme já havia conquistado três Kikitos no prestigiado Festival de Cinema de Gramado, incluindo os cobiçados prêmios de Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Atriz para Agrael Pereira e Melhor Roteiro. Ao conquistar o reconhecimento no exterior, o curta rondoniense celebra a criatividade regional, além de dá visibilidade ao talento e à força do cinema amazônico.
A história simples e cativante de uma vendedora ambulante de banana frita, que embarca em uma jornada de descobertas ao tentar encontrar o livro preferido de seu filho, conecta o público em um nível profundamente emocional. O roteiro assinado por Fabiano Barros e Rafael Rogante, juntamente com a fotografia sensível de Neto Avelcanto, constrói uma narrativa visual e sentimental que transcende o ambiente local e alcança o coração do espectador, seja ele em Rondônia ou em Toronto.
Essa recente vitória é uma lembrança poderosa de que, mesmo em meio a um cenário cinematográfico global repleto de grandes produções, há um espaço reservado para histórias intimistas e sinceras, como a de "Ela Mora Logo Ali". A gerente de programação do festival, Bárbara de la Fuente, resumiu bem o impacto da produção ao afirmar que a criatividade e paixão dos diretores brilham no filme, merecendo o reconhecimento internacional.
O sucesso internacional do curta é um marco significativo para o cinema da Amazônia, que se destaca pela sua autenticidade e riqueza cultural. Ao alcançar novas audiências e festivais ao redor do mundo, essas produções independentes mostram que há uma demanda crescente por histórias que ecoam com as vivências e as paisagens do Norte brasileiro. O filme "Ela Mora Logo Ali" representa uma janela para o vasto e desconhecido universo amazônico, provando que, mesmo com recursos limitados, é possível alcançar o extraordinário quando há paixão e dedicação.
Essa conquista não é apenas uma vitória para Rondônia, mas para o cinema brasileiro como um todo. Ela reforça que histórias locais, quando bem contadas, têm o poder de alcançar o mundo, ampliando as vozes da Amazônia e inspirando novas gerações de cineastas a continuar explorando suas raízes culturais.
Diário da Amazônia