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Um marco histórico na saúde pública do estado de Rondônia

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Os números são inequívocos e merecem destaque: Rondônia atingiu a menor taxa de mortalidade materna da Região Norte em 2024, com 14,67 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Este dado, além de histórico, representa uma revolução silenciosa na saúde pública do estado e merece uma análise mais profunda sobre seu real significado.

Para dimensionar adequadamente esta conquista, é necessário contextualizar. A Região Norte historicamente apresenta indicadores de saúde desafiadores, especialmente em questões materno-infantis, devido a peculiaridades geográficas, sociais e estruturais. A redução drástica da mortalidade materna em Rondônia, portanto, não é apenas um número, mas um marco transformador que estabelece novos paradigmas para toda a região amazônica.

A queda vertiginosa dos índices — de 44,2 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2022 para 14,67 em 2024 — demonstra que políticas públicas bem planejadas e executadas podem, sim, alterar realidades aparentemente cristalizadas. Este resultado coloca Rondônia em posição de destaque não apenas em nível regional, mas também nacional, aproximando-se de índices observados em estados com estruturas de saúde tradicionalmente mais robustas.

O êxito rondoniense deve servir como modelo para outros estados da região. A priorização do cuidado integral às gestantes, com investimentos consistentes e uma abordagem humanizada, prova que é possível superar as limitações típicas da região amazônica e oferecer um serviço de saúde que efetivamente protege vidas.

Este avanço também representa uma mudança significativa na percepção sobre a capacidade administrativa do Estado. Rondônia demonstra maturidade institucional ao conseguir implementar políticas públicas eficientes em um setor tão sensível quanto a saúde materno-infantil. É um indicativo claro de que o estado está no caminho certo em termos de gestão pública e planejamento estratégico.

No entanto, é fundamental manter o foco e ampliar os investimentos para consolidar estes avanços. A sustentabilidade destes resultados dependerá da continuidade das políticas implementadas e do compromisso permanente do poder público com a qualidade do atendimento às gestantes.

O momento é de celebrar, mas também de reafirmar o compromisso com a excelência na saúde pública. Cada vida salva representa uma família preservada, um futuro possível, uma sociedade mais justa. Rondônia prova que, com determinação e gestão adequada, é possível transformar realidades e estabelecer novos padrões de qualidade no serviço público de saúde.

Diário da Amazônia

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