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Segurança no Rio Madeira exige compromisso permanente

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O Rio Madeira, vital para o transporte de cargas e impulsionador da economia de Rondônia e região, tornou-se um cenário de frequentes ataques de pirataria, ameaçando não só a navegação, mas a própria estrutura econômica local. As ações criminosas que se intensificaram ao longo dos anos têm gerado insegurança entre operadores logísticos e prejudicado diretamente as operações portuárias e de transporte fluvial.

Diante disso, o governo de Rondônia, por meio do Porto de Porto Velho e em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (Sesdec), avança em medidas concretas para enfrentar esses desafios, incluindo a criação de uma base flutuante de segurança e a instalação de câmeras de monitoramento em tempo real.

Essas ações representam um avanço necessário, mas ainda incipiente, frente à gravidade e à recorrência dos ataques. Com a base flutuante, que contará com uma guarnição de até 30 policiais armados, o Estado visa manter uma presença permanente no rio, oferecendo vigilância e agilidade na resposta a incidentes.

Este passo reforça a importância de uma segurança ostensiva e representa um aumento significativo na capacidade de dissuasão das forças de segurança, um elemento fundamental para garantir a proteção das embarcações e das mercadorias transportadas. No entanto, o impacto sustentável e de longo prazo dessas medidas depende de uma implementação sólida e de uma continuidade que vá além de respostas imediatistas.

Um ponto-chave nesse novo modelo de segurança fluvial é o monitoramento contínuo, com câmeras instaladas em embarcações conectadas à Central de Monitoramento da Sesdec, permitindo que as forças de segurança acompanhem em tempo real as operações e atuem de forma proativa em situações de risco. Esta infraestrutura digital possibilita uma ação mais coordenada e eficiente, especialmente em uma região tão extensa e de difícil acesso como o Rio Madeira. A segurança, contudo, não pode depender apenas de ações pontuais.

A integração com operadores portuários e empresas de navegação, além da parceria com o setor privado, reflete a compreensão de que somente um esforço conjunto será capaz de assegurar a tranquilidade nas operações fluviais. Essa colaboração, ao unir recursos públicos e privados, contribui para fortalecer a base estrutural do projeto de segurança, conferindo-lhe um alcance maior e ampliando as possibilidades de financiamento e continuidade.

Contudo, para que essa iniciativa seja efetiva, será preciso vencer alguns desafios. Primeiramente, a consistência das ações deve ser mantida, evitando que elas se tornem esporádicas ou limitadas a períodos de maior crise.

As operações de segurança no Rio Madeira, para serem realmente eficazes, precisarão de financiamento contínuo e um compromisso claro das autoridades de segurança pública, bem como de recursos adequados para manter a base flutuante e as câmeras em pleno funcionamento. Além disso, será essencial buscar maior engajamento dos estados vizinhos, como o Amazonas, para uma atuação coordenada que considere a dimensão interestadual do problema.

Diário da Amazônia

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