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Crescimento econômico não pode ser só números deve incluir justiça social também

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Os números que projetam Rondônia como a segunda economia de maior crescimento no Brasil para 2025 são, inegavelmente, motivo de celebração. Representam o fruto de um trabalho consistente, que soube aliar a vocação natural para o agronegócio com políticas de incentivo à modernização, à diversificação e à qualificação. O avanço de 5,5% no PIB (Produto Interno Bruto) não é apenas uma estatística; traduz-se em mais empregos, mais empresas e, em última análise, na promessa de uma vida melhor para a população. É a prova de que um estado amazônico pode, sim, ser um motor de desenvolvimento nacional.

Contudo, um crescimento dessa magnitude, especialmente em uma região de imensa importância ecológica para o planeta, impõe responsabilidades proporcionais. O sucesso econômico de hoje não pode, sob nenhuma hipótese, ser o passivo ambiental de amanhã. O grande desafio que se apresenta a Rondônia, e a todos os seus agentes públicos e privados, é transformar essa pujança em um modelo de desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

A expansão da fronteira agrícola, o fortalecimento da pecuária e a dinamização do comércio e dos serviços precisam caminhar de mãos dadas com a preservação. Isso significa investir maciçamente em tecnologia para produzir mais em menas área, recuperar pastagens degradadas e garantir que a exploração dos recursos naturais seja feita de forma inteligente e fiscalizada. A bioeconomia, que valoriza a floresta em pé, deve deixar de ser um conceito para se tornar uma política de Estado, gerando riqueza a partir da biodiversidade, tornando essa estratégia um caminho sem volta.

O desenvolvimento acelerado também traz consigo desafios sociais complexos. É fundamental que os benefícios desse crescimento sejam distribuídos de forma equitativa, alcançando as pequenas comunidades, os agricultores familiares e os povos tradicionais. A infraestrutura urbana, a saúde e a educação precisam evoluir no mesmo ritmo da economia, para que o progresso não gere novas desigualdades. O voo de Rondônia é alto e promissor como almeja sua população, mas sua sustentação dependerá da capacidade de equilibrar a prosperidade econômica com a justiça social e o respeito intransigente ao meio ambiente. O futuro do estado, e um exemplo para o Brasil, depende dessa harmonia.

Dessa forma, o que se observa em Rondônia é uma oportunidade rara de consolidar um ciclo virtuoso de desenvolvimento. É necessário cautela, mas também coragem para manter o ritmo das transformações. O estado pode, de fato, se firmar como uma referência regional, desde que não perca de vista os pilares que sustentam um crescimento justo, sustentável e inclusivo.

Diário da Amazônia

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