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Coube ao deputado federal Maurício Carvalho, a presidência da Federação União Progressista em Rondônia

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Foto: Reprodução

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A castanha é nossa

Na tragédia Romeu e Julieta", de William Shakespeare, a protagonista pergunta: "O que há em um nome? Uma rosa, com qualquer outro nome, teria o mesmo perfume". Sempre que mudam regimes de governo, as ruas tradicionais passam a ter os nomes dos partidários dos novos donos do poder. A tentação de mudar os nomes das coisas, mesmo causando confusões e transtornos, recomeçou com a atitude arrogante do presidente Donald Trump de mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. Não faz a menor diferença, mas é a ordem do "rei".

Há pouco, a Assembleia do Amazonas aprovou lei dispondo que todos os produtos derivados da castanha, quando produzidos naquele Estado, deverão usar a denominação "castanha-da-Amazônia". É mais daquelas leis que nada resolvem, como se a Amazônia não tivesse problemas graves a ponto de justificar perder tempo com perfumarias e acessórios. A castanha-do-pará não precisa ter mais nomes do que já tem nos dicionários, onde aparece dessa forma e ainda como castanha-do-brasil, castanha-do-maranhão ou castanha-do-ceará. É a mesma castanha e não vai mudar nada com mais nomes ao gosto do freguês.

É preciso mudar o que piora a vida das pessoas. A insegurança no Brasil tornou o país tão perigoso quanto viver na Ucrânia em guerra, segundo o banco de dados Acled, que relaciona conflitos armados pelo mundo. O resto pode esperar.

No comando

Coube, mediante acordo firmado pelos diretórios nacionais do União Brasil e Progressistas em Rondônia a presidência do União Progressista, fruto da federação formada pelos dois partidos, ao deputado federal Mauricio Carvalho. Em Rondônia, conforme o acertado quem manda na bola é o União Brasil, na divisão feita pelos estados. Com isto começam os primeiros entendimentos para a formatação da chapa desta federação para disputar o governo estadual e as duas cadeiras ao Senado. Sabe-se que na disputa ao Senado são considerados certos o governador Marcos Rocha (pelo União Brasil) e Silvia Cristina (pelo PP).

Cabeça de chapa

Na cabeça de chapa, para disputar o governo estadual, o União Progressista tem três nomes cogitados. O vice-governador Sergio Gonçalves e o deputado federal Fernando Máximo pelo União Brasil e o ex-governador Ivo Cassol pelo PP. Todos esperançosos de convencer os dirigentes nacionais que são as alternativas certas para a peleja do Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual. Com tudo isto, o clã Carvalho tem o comando o União Progressista, com o deputado Mauricio e o Republicanos, com o patriarca do clã Aparício Carvalho. A família, como se vê, está bem de articulada.

Agora, a partilha

Para fazer frente a poderosa federal do União Progressista, o MDB e os Republicanos avançam nos entendimentos para a formatação da sua federação. Para sedimentar os acordos, se discute neste momento a partilha do comando nos estados. Em Rondônia, o MDB tem como presidente estadual, o senador Confúcio Moura, e os Republicanos o ex-vice-governador Aparício Carvalho. Com o MDB mais organizado no estado, teoricamente o mando desta federação por aqui seria do senador Confúcio Moura, provável candidato desta coalizão para as eleições estaduais do ano que vem.

Prazo estipulado

Para disputar as eleições gerais do ano que vem as novas federações tem prazo para aprovar e registrar suas atas no Tribunal Superior Eleitoral até abril de 2026. O prazo é quase de um ano para estas regularizações. Além destas duas federações, a outra em andamento une o PSDB com o Podemos. Em termos regionais, na partilha pelos estados, esta federação teria o mando do PSDB, o que significa dois tigres se arranhando no mesmo capão, casos do ex-prefeito Hildon Chaves e do atual prefeito Leo Moraes. Como o mando rondoniense é dos tucanos, é bem possível que Leo Lion (Podemos) não se submeta a nova situação, mesmo porque levará um pé de Hildão.

Pacote de bondades

Com o governo do PT atolado em escândalos e o último extremamente desgastante, que foi o golpe nos aposentados pelo INSS, o presidente Lula prepara um pacote de bondades para recuperar seu prestigio perdido nos últimos meses, de acordo com as pesquisas vigentes. Cerca de 60 milhões de brasileiros serão beneficiados com a isenção da conta de energia, mais 20 milhões com o vale gás. Este negócio de reeleição de presidentes, governadores e prefeitos custa o olho da cara para o erário. Quem está no poder não quer entregar e apela tudo o que for possível.

Via Direta

*** Os secretários municipais de Porto Velho com maiores orçamentos, como os de obras, de saúde e educação estão sendo assediados por alguns vereadores por dois motivos: o primeiro porque temem a concorrência na disputa por cargos eletivos no ano que vem, o segundo motivo é forçar negociações financeiras *** Nada diferente de gestões anteriores, onde os prefeitos e secretários acabaram sucumbindo as tramas dos edis, mais preocupados com seus próprios bolsos, além de nomeações de parentes e apaniguados *** A gestão Leo Moraes vai precisar de muita habilidade para contornar os assédios. Já teve que engolir até nomeações ligadas aos adversários na campanha passada.

Carlos Sperança

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