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No dia 30 de maio de 2025, um incêndio de grandes proporções atingiu dois apartamentos do Parque Residencial Manaus, na capital amazonense, deixando feridos sete adultos e uma criança. Todos os adultos, incluindo uma mulher grávida, foram encaminhados pelo Corpo de Bombeiros para o Centro de Tratamento de Queimados do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, unidade que integra o Complexo Hospitalar Sul, da rede estadual de saúde. A criança foi para o hospital de referência infantil. Passado um mês e meio do acidente, todos já receberam alta.
O CTQ do HPS 28 de Agosto é a unidade de referência credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para adultos vítimas de queimaduras na Região Norte. Significa que, se houver um grande acidente em Manaus, como o que aconteceu em maio, no interior ou até mesmo em outros estados da região, o hospital é a unidade preparada e capacitada para receber esses pacientes.
"O CTQ consolidou-se como uma das unidades mais importantes para o atendimento de alta complexidade na Região Norte. Ele integra a rede regulada de atendimento estadual e está inserido em um processo contínuo, vinculado a protocolos definidos e pactuados com o Ministério da Saúde", afirma a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud.
O diretor técnico do CHS, Roberto Zonta, afirma que o CTQ é estrategicamente dimensionado para responder de forma rápida a eventos adversos, como acidentes com múltiplas vítimas. "É a única unidade do tipo para tratamento de adultos vítimas de queimaduras no Norte do Brasil. Está em pleno funcionamento e totalmente preparado para qualquer eventualidade", ressalta.
Com equipe multiprofissional composta por médicos intensivistas, cirurgiões plásticos, dermatologistas, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos, a unidade segue rigorosamente as diretrizes nacionais e internacionais para o cuidado com queimaduras, garantindo assistência segura, com o que tem de mais atualizado para esse tipo de tratamento.
O espaço tem recebido investimentos do Governo do Amazonas, melhorando ainda mais a estrutura de acolhimento. Como parte do cronograma de reestruturação do Complexo Hospitalar Sul, o CTQ está recebendo obras de reforma na parte estrutural e melhorias na climatização. Também estão sendo adquiridos novos leitos hospitalares, ventiladores mecânicos e monitores de sinais vitais para atualização do parque tecnológico da unidade.
Estrutura especializada e cuidado integral
Internado há mais de um mês, após sofrer uma descarga elétrica enquanto podava uma árvore, o jardineiro Maxwell Nunes Salles dedica sua recuperação ao tratamento integral que vem recebendo. "Aqui, a gente sente que não está sozinho. Eu fui muito bem acolhido. A equipe trata a gente com respeito e paciência. Isso ajuda muito na recuperação", completou Maxwell.
O CTQ possui estrutura dedicada e acesso restrito para evitar contaminações e protocolos rigorosos de segurança e assepsia, fundamentais para o tratamento de pacientes vítimas de grandes queimaduras. Esses recebem cuidados baseados em evidências clínicas — incluindo o uso de coberturas biológicas e sintéticas, terapias de alívio da dor, prevenção de infecções, além de intervenções cirúrgicas e técnicas de enxertia.
"O cuidado com queimados demanda protocolos diferentes dos adotados em UTIs gerais, o que reforça a importância da estrutura especializada do CTQ", explica a gerente médica do CHS, Jhennyffer Boritza.
Além do atendimento emergencial e das intervenções médicas, o CTQ do Hospital 28 de Agosto também atua fortemente na fase de recuperação emocional e reintegração do paciente à sociedade. O suporte psicológico e o trabalho social são pilares fundamentais para ajudar os pacientes a lidarem com mudanças na imagem corporal, traumas e barreiras psicossociais, promovendo a retomada da autoestima e do convívio social.
"A missão do centro não termina na cicatrização das lesões. Nosso maior objetivo é devolver essas pessoas à sociedade com dignidade, autonomia e acolhimento. O cuidado integral é o que realmente transforma vidas", afirma a diretora Assistencial do CHS, Bruna Melo.
A enfermeira referência do CTQ, Adria Irina, destaca que os pacientes queimados possuem um perfil clínico que exige longos períodos de internação e monitoramento intensivo. As lesões costumam comprometer grandes áreas do corpo, com necessidade de múltiplos procedimentos e reabilitação funcional, o que implica internações prolongadas e acompanhamento especializado. "Em alguns casos, os pacientes passam meses internados, por conta do processo de cicatrização", afirma.
Portal SGC