Breno França
Em Manacapuru, a ciranda é mais que dança: é parte da identidade de um povo. O que nasceu como rodas simples em comunidades, embaladas por banjos, tambores e versos improvisados nos anos 1970, cresceu até se transformar em um dos maiores espetáculos culturais do Amazonas. Hoje, o Festival de Cirandas, realizado no Parque do Ingá, reúne multidões e movimenta a cidade.
A pioneira foi a Flor Matizada, fundada em 1988. Para os integrantes, o grupo é sinônimo de união.
"Nós costumamos dizer que a gente não vive de ciranda, a gente vive para a ciranda. É uma família, todo mundo unido em torno desse amor gigante. Quando acaba um festival, já estamos pensando no próximo", resume o vice-presidente Andrinho Demerson, emocionado ao falar da torcida que se autodenomina Família Matizada.
Poucos anos depois, nasceu a Ciranda Tradicional, no bairro Terra Preta. Com o compromisso de carregar no nome a essência das origens, o grupo promete surpreender em 2025.
"O público pode esperar uma ciranda grandiosa. Se no ano passado já mostramos nossa força, neste ano estamos vindo o dobro. É um desafio representar a tradição, mas nossa comunidade está pronta para emocionar", afirma o presidente Magal Pinheiro.
A mais jovem é a Guerreiros Mura, criada em 1993. Inspirada nos primeiros habitantes da região, a ciranda carrega no sangue a bravura indígena. Em 32 anos de história, já soma 15 títulos.
"Nós somos guerreiros desde o nascimento. Cada apresentação é feita no sangue, na raça e na vontade de vencer. É um orgulho representar os Mura e a força de Manacapuru", destaca a diretora-geral Eurodina dos Anjos.
Ordem das Apresentações:
Sexta-feira, 29 de agosto: Guerreiros Mura.
Sábado, 30 de agosto: Tradicional.
Domingo, 31 de agosto: Flor Matizada.
Mais que uma disputa, o Festival de Cirandas de Manacapuru é uma celebração de pertencimento. Três cores, três histórias e uma só paixão que, a cada edição, reafirmam o título da cidade como a verdadeira "Terra das Cirandas". O festival de Cirandas acontece nos dias 29,30 e 31 de agosto no Parque do Ingá.
Talissia Maressa - Portal SGC