Rondônia

SGV TV: Moradores do assentamento Areia Branca estão há dois meses sem energia e água e cobram regularização

Mais de 120 famílias em Porto Velho enfrentam falta de luz e água


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Foto: Reprodução/Portal SGC

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Há dois meses, o assentamento Areia Branca, na zona sul de Porto Velho, vive mergulhado na escuridão. Desde 26 de novembro, mais de 120 famílias estão sem energia elétrica. A interrupção do fornecimento também paralisou a bomba do poço artesiano da comunidade, deixando os moradores sem acesso a água encanada.

A rotina no local tornou-se um desafio diário. Moradores dependem da ajuda de vizinhos para obter água, e o mato alto, consequência da falta de manutenção possível sem energia, aumentou a aparição de animais peçonhentos como escorpiões e cobras. "Tem gente que veio do interior, vendeu tudo para tentar uma vida aqui, e agora não tem para onde correr. A única opção é ficar e resistir", relata Maria da Conceição Cunha, presidenta da associação de moradores.

Romancilda Pereira, outra residente, precisou deixar sua casa. "Eu faço tratamento psiquiátrico e tenho problema na coluna. Tenho a casa da minha filha para ir, mas e quem não tem? Aqui tem vizinho com doença grave, que precisa de energia para manter a dignidade", desabafa. Os moradores afirmam que o corte foi uma ordem da prefeitura.

A situação chamou a atenção de estudantes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). "Ouvir os relatos é muito forte. Ver crianças sem luz para estudar, famílias sem a mínima condição... Isso não pode ser normalizado", diz o estudante Glivion Uchoa.

Em protesto, a comunidade bloqueou uma via e foi à prefeitura. Receberam a promessa de uma reunião. Agora, aguardam a mediação de um representante dos Direitos Humanos. "A gravidade dessa situação é extrema. Privar uma comunidade inteira de energia e água é violar direitos humanos básicos. Estamos atuando para pressionar os órgãos responsáveis por uma solução urgente", declarou o representante, Dr. Luiz.

Os moradores enfatizam que não pedem energia gratuita, mas sim a autorização e regularização do fornecimento para que possam pagar pelo serviço de forma legal. Eles exigem uma solução definitiva.

Nota da Energisa: A Energisa esclarece que o desligamento de energia no assentamento Areia Branca ocorreu por se tratar de uma área de ocupação irregular com ligações clandestinas que apresentavam risco à segurança e à vida das pessoas. A empresa reforça que furto de energia é crime e pode causar acidentes fatais, além de comprometer a estabilidade no fornecimento de energia elétrica.

Enquanto aguardam uma posição definitiva das autoridades, as famílias do Areia Branca seguem em sua luta pelo direito básico de ter luz e água em suas casas.

Natália Figueiredo - Portal SGC

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