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O Brasil mudou
Um dos brasileiros mais respeitados em todo o mundo, o cacique Raoni disse em entrevista à imprensa internacional que vai pedir ao presidente Lula da Silva para não incentivar a exploração de petróleo na margem equatorial. Raoni, a exemplo de muitos brasileiros, ainda não percebeu que o presidente no Brasil não é mais o que foi nos tempos de Getúlio Vargas, dos presidentes militares e dos primeiros presidentes do período pós-ditadura, a exemplo do próprio Lula.
Depois da cassação de Fernando Collor de Mello e de Dilma Rousseff o Congresso Nacional ganhou força para compartilhar o poder com o presidente eleito, forjando uma espécie de semipresidencialismo ou semiparlamentarismo. Nele, o titular da Presidência resolve o dia a dia do governo, mas não decide os grandes temas, especialmente os polêmicos, se não contar com base majoritária de apoio na Câmara e no Senado.
O Congresso, entretanto, é dominado pelo Centrão, um conjunto de partidos com siglas diferentes e objetivos semelhantes que só aceita pautas provenientes do PT ou da extrema-direita se lhe derem vantagens. O Centrão controla a maioria dos municípios e é deles que vem a força eleitoral dos deputados e governadores, bases para a eleição dos senadores. Pode-se pedir tudo ao presidente, mas sem o aval do Centrão nada acontecerá no Brasil, inclusive a exploração do petróleo na margem equatorial.
Troca-troca
É esperado um grande troca-troca de partidos para as eleições do ano que vem. O ex-governador Ivo Cassol, deixando o PP, agora sob controle da deputada federal Silvia Cristina. O deputado federal Lucio Mosquini aguarda negociações com outras agremiações para deixar o MDB. O ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves vê incômodos na criação da federação PSDB/Podemos e sinaliza deixar os tucanos. O deputado Fernando Máximo, traído e sabotado no União Brasil nas eleições municipais, para evitar um novo punhal da traição está pulando fora do seu partido. E assim caminha a humanidade.
Janela partidária
No caso dos deputados federais eles precisam aguardar a janela partidária de março do ano que vem para a troca de agremiações. Antes disto perdem o mandato. São os casos de Fernando Máximo (União Brasil) e Lucio Mosquini (MDB). No caso de Mosquini o partido está tratando da sua expulsão e sendo expulso ele pode mudar de sigla sem a punição da perda do mandato, mesmo porque ele vai apoiar um candidato ao governo estadual bolsonarista, caso de Marcos Rogério (PL), o favorito da temporada. Mosquini virou um cavalo de Tróia no MDB, a serviço dos adversários do senador Confúcio Moura candidato do partido ao governo estadual.
Faltou ajuda
Pelas reclamações que rolaram na aldeia faltou ajuda das esferas municipais, estaduais e federais para as pobres famílias dos ribeirinhos desalojadas em mais uma cheia do Rio Madeira. Tanto o prefeito Leo Moraes, como o governador Marcos Rocha, como o presidente Lula estão devendo mais respaldo. Centenas de ribeirinhos não receberam ajuda e estão entalados em dividas, já que suas produções de banana, macaxeira, melancia, abacaxis foram por água abaixo. O povão, como sempre padece nestas situações. Muitas promessas, ajudas midiáticas e uma difícil reconstrução. Muitas moradias foram inutilizadas nos distritos e localidades ao longo Madeira.
Conflitos a vista
Com os deputados estaduais enciumados com alguns secretários de estado de Rondônia disputando cadeiras a Assembleia Legislativa e muitos vereadores querendo ferrar secretários municipais de Porto Velho pelo mesmo motivo, teremos muitos conflitos a vista no decorrer da campanha eleitoral de 2026. As guerras paroquiais vão se estender também em municípios polos, como Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, cidades onde serão travados embates entre lideranças políticas antagonistas. Lideranças políticas mais antigas vão se digladiar com novas lideranças.
Via Direta
** Sob ataque pelos desvios de recursos e de criar um antro de marajás apaniguados dos ex-presidentes, a Associação Rondoniense de Município-ARON anuncia uma auditoria externa para colocar toda situação em pratos limpos * Tem muita sujeira por lá para ser desvendada e se a auditoria funcionar para valer vai pegar vários ex-presidentes que usaram a entidade para benefício próprio * A violência campeia em Rondônia. Os municípios mais violentos tem sido Porto Velho, Vilhena e Ariquemes com elevada taxa também de feminicidios, disputas por terras, etc * O tráfico de drogas e a presença de carteis de drogas da Bolívia, Peru e Colômbia tem tudo a ver com a situação que impera neste estado.
Carlos Sperança