Divulgação
A disputa judicial em torno do serviço de coleta de lixo em Porto Velho expõe a fragilidade de contratos públicos de longo prazo. O impasse, que interfere diretamente na rotina da população, reforça a importância de maior clareza e segurança nos acordos firmados entre o poder público e o setor privado.
A limpeza urbana é um serviço essencial, cuja interrupção afeta a saúde, o meio ambiente e o cotidiano da cidade. Cada decisão administrativa ou judicial precisa priorizar a continuidade da prestação do serviço. Quando há indefinição, o resultado é o acúmulo de resíduos nas ruas e o aumento dos riscos sanitários.
O episódio revela como a ausência de planejamento técnico e jurídico consistente pode gerar insegurança. Modelos de Parceria Público-Privada, embora viáveis, exigem controle rigoroso, transparência e acompanhamento permanente. Divergências entre pareceres e interpretações costumam paralisar ações essenciais e prolongar disputas que prejudicam a população.
O papel das instituições de controle é indispensável. Cabe a elas assegurar que os contratos sigam as normas e preservem o interesse público. No entanto, a fiscalização deve equilibrar zelo e eficiência. O excesso de contestações pode criar um ambiente de incerteza e paralisar serviços que não admitem interrupção.
Também é dever das administrações municipais aprimorar a gestão de resíduos. Planejamento urbano moderno requer soluções integradas, com tratamento, destinação final adequada e educação ambiental. Coleta é apenas uma etapa dentro de uma política mais ampla que deve ser contínua e transparente.
Enquanto o caso segue em análise, é essencial que o serviço emergencial mantenha a regularidade. A prefeitura deve fiscalizar a execução, divulgar dados de desempenho e garantir que a população esteja informada. Comunicação clara é parte do serviço público, especialmente em períodos de transição contratual.
O acesso da população às informações é fundamental. Saber os dias e horários de coleta reduz transtornos e evita o acúmulo de resíduos em áreas residenciais. A previsibilidade melhora o funcionamento do sistema e reforça a responsabilidade compartilhada entre poder público e cidadãos.
O impasse atual pode servir como lição. Contratos mais claros, diálogo entre as partes e monitoramento permanente reduzem riscos e asseguram estabilidade aos serviços essenciais. A gestão de resíduos deve ser tratada como política de Estado, e não apenas como tarefa administrativa.
Diante do cenário indefinido, a divulgação do novo cronograma de coleta pela empresa responsável representa um avanço. A iniciativa dá previsibilidade ao cidadão e ajuda a minimizar os efeitos da disputa judicial sobre o dia a dia da cidade.
Diário da Amazônia