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Aline Wirley e Igor Rickli concretizaram, nesta semana, o processo de a adoção de Fátima, de 10 anos, e Will, de 7. Entretanto, o casal foi denunciado durante o processo por conta da sexualidade. Os dois são abertamente bissexuais e foram questionados sobre a capacidade de criar das crianças.
"Algumas pessoas questionaram nossa capacidade de adotar as crianças, alegando que nossa sexualidade influenciaria negativamente na vida delas e que deveriam ser devolvidas. Falaram absurdos, como se elas assistissem a orgias. Tivemos que responder a essas acusações diante da juíza", contou Rickli, em entrevista ao Crescer e publicada em primeira mão pela Quem.
Ele contou que todo o processo, por conta dessas denúncias preconceituosas, foi desgastante e doloroso. "A internet pode ser muito perigosa; as pessoas se sentem poderosas fazendo denúncias e comentários ofensivos, achando que isso não terá consequências reais. Mas impacta, sim", relatou.
O ator contou que, ao lado de Aline, introduzem o assunto sexualidade com muito cuidado para as crianças. "Procuro ser o mais guardião possível, trazendo tudo com clareza para que não fique um assunto velado. Não falar sobre sexualidade com as crianças é delicado, porque você não as instrui a entender, se precaver, se conhecer. Ensinar como se posicionar quando alguém se aproxima de forma inadequada é fundamental", explicou.
Por fim, Igor Rickli relembrou o abuso que sofreu na infância. "Damos um contorno para que elas tenham o mínimo de conhecimento, mas ainda preservem a inocência dessa fase. Os abusos que sofri deixaram marcas profundas que moldaram quem sou hoje. Esses momentos difíceis me fizeram buscar caminhos e soluções. Para mim, proteger as crianças nesse aspecto é sagrado e foi difícil quando, no processo de adoção, recebemos inúmeras denúncias no Ministério Público", encerrou.
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